Plano de recuperação da Ecovix será votado hoje

Rodrigo Tellechea
Jornal do Comércio
26/06/2018

Assembleia de credores define futuro da empresa nesta tarde
A tarde de hoje marca um mo­mento decisivo e histórico para o polo naval gaúcho. A partir das 14h, será realizada a assembleia geral de credores do grupo Eco­vix, em Rio Grande, no auditório do Hotel Villa Moura Executivo. Na ocasião, será debatido e vota­do o plano de recuperação da em­presa, a alienação de ativos e o pa­gamento de credores.
A Ecovix é responsável pelo Estaleiro Rio Grande, que, hoje, se encontra com as atividades pa­radas. O esfriamento da indústria naval brasileira e os problemas que a companhia enfrentou nos últimos anos com investigações de corrupção desencadeadas pela Operação Lava Jato, entre outros motivos, fez com que um dos prin­cipais complexos do polo naval gaúcho ficasse inativo.
O advogado do Souto Correa Advogados (um dos escritórios que assessora a Ecovix) Rodrigo Tellechea destaca que uma pos­sível retomada das operações do estaleiro somente será iniciada a partir da aprovação do plano de recuperação. Tellechea antecipa que, caso a proposta não seja acei­ta, a tendência é da decretação de falência da empresa. Se o plano for acatado, as dívidas serão re­pactuadas, sob novas condições.
Se o estaleiro voltar a atuar, a ideia é que diversifique suas atividades e que seja efetivada a formação de uma Unidade Pro­dutiva Isolada (UPI), para atrair algum investidor que fará apor­tes de recursos a partir da com­pra de ativos. Esse dinheiro será utilizado no pagamento de credo­res. O diretor executivo da Ecovix, Christiano Morales, já havia admi­tido que algo que deveria aconte­cer, em um segundo momento, se­ria a venda do estaleiro Rio Grande.
Entre os planos futuros para estaleiro está a atuação na ativi­dade portuária (com atracação de embarcações e movimentação de cargas), os reparos em plataformas petrolíferas e embarcações, o pro­cessamento de aço para a indús­tria metalomecânica e a finaliza­ção da plataforma de petróleo P-71.
Conforme a Ecovix, o pro­cesso de recuperação do grupo, o quarto maior do País em valo­res, envolvendo cerca de R$ 7 bilhões, começou em dezembro de 2016. Os ativos da empresa em Rio Grande são avaliados em US$ 1 bi­lhão, incluindo o maior dique seco do Hemisfério Sul e dois pórticos, um para trabalhar com 600 tone­ladas e outro para 2 mil toneladas. Inicialmente, a assembleia de cre­dores estava marcada para 15 de março, mas foi suspensa um dia antes em razão de liminar concedi­da pela 6ª Câmara Cível do Tribu­nal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), em Porto Alegre, atenden­do ao pedido da Funcef (fundo de pensão dos funcionários da Caixa, sócia indireta do empreendimen­to). No fim de abril, o TJ-RS auto­rizou a retomada da assembleia. Procurada pela reportagem do Jor­nal do Comércio, a Funcef respon­deu que não se manifestaria sobre se tentaria outro recurso na Justiça para suspender a reunião de hoje.

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