Mudanças climáticas e novos tempos
Pioneiro – Caxias do Sul / RS
Fabiana Figueiró
Os eventos climáticos extremos estão cada vez mais fortes e frequentes, o que percebemos quando abrimos os jornais ou a janela. A escassez de água em São Paulo e as chuvas ocorridas no Estado, que ultrapassaram marcas históricas, são demonstrações de que as mudanças climáticas atingem nossas vidas e não apenas os ursos polares, repercutindo no cotidiano.
Em recente reunião da Organização das Nações Unidas, o presidente norte-americano solicitou esforço pela aprovação de um acordo climático “forte” na Conferência das Partes sobre a Convenção do Clima (COP 21), que ocorrerá em Paris, em dezembro, e que deverá substituiro Protocolo de Kyoto, de 1997. Já o governo brasileiro anunciou a meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% até 2030 e iniciou uma consulta pública sobre o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima.
Os resultados da COP 21 podem ser promissores, apesar dos interesses envolvidos: reduzir emissões significa mexer em matrizes energéticas e nas formas de consumo de recursos naturais, impactando na economia de cada país. Será longo o caminho até que os estadistas convirjam para um novo acordo, atinjam as metas e produzam resultados concretos.
Até lá, vale o remédio caseiro das ações individuais sustentáveis que, para o cidadão, vão desde a redução no consumo de água e de energia até o uso de produtos fabricados com matériasprimas ecológicas e que gerem resíduos de menor impacto e volume. Para as empresas, é importante antever e internalizar os custos e os riscos decorrentes das mudanças climáticas, utilizando seguros contra eventos extremos e estipulando nas contratações as responsabilidades deles decorrentes, por exemplo.
É importante, também, desenvolver processos sustentáveis, como o reúso da água, que reduz custos e auxilia no suprimento em estiagens, além de incentivar que fornecedores também adotem ações sustentáveis, gerando os efeitos conjuntos sem os quais as metas estipuladas pelos governos nos acordos climáticos dificilmente serão atingidas.