Japão é líder entre asiáticos em aportes no Brasil, mas volume caiu à metade

Clarissa Yokomizo
+Economia – Jornal Zero Hora
15/06/2017

País onde o Rio Grande do Sul foi buscar investimentos, o Japão tem grande volume de negócios no Brasil, mas com queda entre 2015 e 2016. Conforme dados do Banco Central, US$ 2,8 bilhões de origem japonesa entraram em 2015, enquanto em 2016 o valor caiu à metade, US$ 1,4 bilhão. O líder até agora na relação comercial Brasil-Ásia pode perder o posto para outro gigante asiático. Nos dois últimos anos fechados, os chineses mais que triplicaram o investimento direto no Brasil, e em 2017 devem dar um grande salto.
Segundo a advogada e coordenadora do Asian Desk no escritório Souto Correa, Clarissa Yakomizo, o Japão tem foco na indústria brasileira, principalmente nos segmentos de máquinas e equipamentos, enquanto a China mira em serviços.
— A relação com o Brasil é boa. Temos 122 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação, e em 2015 houve a visita dos príncipes do império ao Brasil — avalia Clarissa.
Apesar da crise política e econômica, a especialista diz que os japoneses não costumam “sair correndo” ao primeiro sinal de instabilidade, ou seja, não abandonariam os investimentos já realizados no Brasil:
— As empresas japoneses mais antigas chegaram ao país na década de 1980, então passaram por instabilidades muito maiores, como o descontrole da inflação. Para novos investimentos, (a crise atual) está tendo impacto, então pode retardar um pouco.
Detalhistas, organizados e conservadores, os japoneses assustam-se com os entraves burocráticos no país. Por isso, preferem fazer parcerias com brasileiros, que já conhecem os trâmites, quando desembarcam por aqui. O que está no alvo dos japoneses para os próximos anos é energia solar e carros elétricos.
A China tende a intensificar a aplicação de capital no Brasil, lembra Clarissa:
— Isso ocorre pela abertura do mercado interno da China, considerada recente. O país deixou de ser comunista e fechado. Eles ainda estão com muito dinheiro, e o Brasil tem ativos bons e baratos.

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