Souto Correa incorpora escritório criminal
Antonio Tovo
DCI
26/06/2017
Com a nova área de Direito Penal, a banca gaúcha busca captar o movimento do mercado, que esquentou após os desdobramentos da Operação Lava Jato e oferece um atendimento integrado
O escritório Souto Correa Advogados decidiu incorporar a área de Direito Penal com a aquisição de outra banca, em um momento que os desdobramentos de operações da Polícia Federal elevam a demanda das advocacias.
O coordenador do ramo penal empresarial do Souto Correa, Antonio Tovo, conta que chegou à grande banca gaúcha – que tem unidades também em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília -, após uma aproximação devido ao caso específico de um cliente do escritório, dono de uma grande operação em Florianópolis (SC), que precisava de assessoria criminal. Porém, essa área ainda não existia no Souto Correa, que contatou a antiga banca de Tovo, uma butique especializada em Direito Penal.
A parceria deu tão certo que logo foi feita uma incorporação, e a butique passou a fazer parte do escritório. “O processo de incorporação foi tranquilo. Já conhecíamos diversos profissionais do Souto Correa. Uma das filosofias que nos interessaram foi esse foco nas pessoas pregado pelo escritório. É bem importante que os funcionários daqui se sintam bem atendendo aos clientes”, expressa o coordenador.
A única resistência se deu pela preocupação de alguns com a imagem do direito penal. “Existia um receio de que o cliente empresarial ficasse desconfortável imaginando que teria um criminoso ao seu lado na sala de espera, mas não é assim que funciona.”
Para Tovo, a visão que muitos têm da advocacia criminal é reflexo daquela figura que ficou famosa nas décadas de 1950 e 1960 do advogado de juri. “A partir da década de 1980, as infrações de direito econômico como os crimes financeiros e crimes contra o mercado de capitais ficaram mais em voga”. O advogado lembra que na mesma época foram tipificados os crimes contra o Código de Defesa do Consumidor e os crimes ambientais, além do desenvolvimento das atividades da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF). “[Essas instituições] trouxeram um aprimoramento das investigações de práticas criminosas dentro das empresas”, ressalta.
No fim, os receios foram contornados quando ficou evidente que a banca não perderia sua identidade e que seria obtida uma forte sinergia com a criação dessa nova área. “É uma forma de garantir um atendimento integrado, que está se tornando uma tendência de mercado. As butiques não vão acabar. Vai haver espaço para todas, mas cada vez mais será interessante para o cliente ter um atendimento tributário, trabalhista, cível e criminal no mesmo escritório.”
O Souto Correa foi criado em fevereiro de 2013, e hoje conta com 153 colaboradores. A banca se destacou por crescer se adaptando à situação econômica do País, com corte de gastos e preços competitivos para os seus clientes.
Ricardo Bomfim